Vou jogar tudo pro alto
pra ver se cai alguma coisa de útil
ou se aquela praga que você jogou
vá pra bem longe no himalaia
você fez de um assunto perdido
um boato impensável
uma tempestade dos mares do caribe
uma avalanche de rios de lavas
uma enchente de terras santas
uma guerra disputada por deuses
tenta me ludibriar com doutrinas
que estranhamente são fantasias
já apaguei a luz do quarto
já tomei aquele malte envelhecido
cantei uma música em dó maior
quebrei o copo na janela
tentei lembrar de outros rostos
tentei lembrar daquela música
mas ela não faz mais sentido
tenho vergonha daquele choro
ainda bem que você não viu
poderia ficar com cara de desprezo
mas cada lágrima caída
não valeu a pena agora
esqueci tudo o que fiz certo
mas o erro me persegue
não tenho mais medo do escuro
não tenho mais medo da solidão
se precisar vou embora
só eu e meu violão
e o monstro que você me deu
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